A experiência de ver o belíssimo filme "Capitães de Areia", uma adaptação da obra de Jorge Amado e direção de Cecília Amado, na sala de cinema do Cine Cena Unijorge, na tarde do dia 17/10, foi prazerosa e significativa, seja do ponto de vista cultural, social, humano...
É muito comum encontrarmos crianças e jovens, além de adultos e idosos, das comunidades onde atuamos em Rede na cidade de Salvador que nunca experimentaram assistir a um filme no escurinho do cinema. Poder proporcionar tal momento é de uma gratificação sem igual.
Capitães de Areia, o filme, preserva a densidade de sua fonte, fazendo sobressair a poeticidade que representa a humanização dos meninos do trapiche abandonado, sobrevivendo juntos ao abandono. Sob as máscaras da violência, da precocidade sexual, da marginalização, ainda existem as crianças que brincam no carrossel, fazendo sonhos girar, que choram, que fazem de Dora mãe, irmã, mulher. Todo o discurso político sobrecarregado no livro por conta do momento de Jorge Amado quando publica Capitães de Areia, 1936, se dilui no filme mas não sai de cena.
Enfim... são apenas impressões de quem já leu há anos o livro e acabou de assistir ao filme em uma sala de cinema cheia de jovens que conhecem de perto as histórias contadas no livro e no filme, e que não disfarçaram suas caras encantadas, alegres, como deve ser. Além do mais, não há dúvida do quanto tudo isso é importante para o fomento da leitura, especialmente da literatura, nas bibliotecas comunitárias onde atuamos em Rede, a Rede EMredando Leituras.
Kleber Monteiro (Avante - Educação e Mobilização Social)
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