quinta-feira, 28 de julho de 2011

Inscrições abertas para videoconferência da Rede Nordeste do Livro, da Leitura e da Literatura


Em outubro, no Centro de Convenções, acontece a Bienal do Livro da Bahia. Pelo quarto ano consecutivo, a Fundação Pedro Calmon/SecultBA, em parceria com a Rede Nordeste do Livro, da Leitura e da Literatura (RNELLL), realiza um Fórum  para discutir políticas públicas literárias que abranjam e contemplem os nove estados nordestinos. Nesta quarta edição, o Fórum da Rede Nordeste do Livro, da Leitura e da Literatura se reunirá através de uma videoconferência, programada para o próximo dia 02 (terça-feira), das 14h às 17h, na sala do BNB, no bairro do Comércio, em Salvador.
Dirigido a escritores, livreiros, editores gráficos, capistas, tradutores, bibliotecários, mediadores de leitura, ilustradores, gestores municipais e estaduais e demais interessados, o encontro acontecerá, simultaneamente, em todos os estados da Região Nordeste. Os interessados podem se inscrever para a videoconferência pelo e-mail livreiros-e-editores-do-nordeste@googlegroups.comaté às 17h do próximo domingo (31/07), informando nome, RG e o estado de onde vai participar.
Serviço:
O que: Videoconferência da RNELLL
Quando: 02 de agosto (terça-feira), das 14 às 17h
Onde: Av. Estados Unidos, Ed. Prof. Miguel Calmon Sobrinho, 346/12° andar, Comércio
Como: Inscrições via e-mail (livreiros-e-editores-do-nordeste@googlegroups.com)
Quanto: Gratuita
                                                                          Fonte: Assessoria de Comunicação - Fundação Pedro Calmon – SecultBA

Contos de Mia Couto no Clube de Leitura

O mais recente encontro do Clube de Leitura, ocorrido no dia 20 de julho na Avante – Educação e Mobilização Social, foi conduzido por leituras compartilhadas de dois contos do livro “O fio das missangas” de Mia Couto: “O cesto” e “A saia almarrotada”.
As personagens, femininas, narram seu mundo triste, tendo como fio condutor objetos nos quais se identificam: seja uma saia velha ou um cesto de comida. De forma densa, entrelaçando lirismo e uma escrita simples, ganham voz mulheres condenadas ao esquecimento, à desimportância. "Agora, estou sentada olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E parece que me sento sobre a minha própria vida", conta a narradora de “A saia almarrotada”, reconhecendo o destino que lhe foi dado, nascerpara cozinha, pano e pranto”. Ensinaram-lhe “tanto a ter vergonha em sentir prazer, que acabou sentindo prazer em ter vergonha”.

Em “O cesto”, a narradora, após a morte do marido constata que “em lugar do queixo altivo, do passo estudado, eu me desalinho em pranto. Regresso a casa, passo desgrenhado, em solitário cortejo pela rua fúnebre. (...) Amanhã, tenho que me lembrar para não preparar o cesto da visita".

As personagens parecem sentir-se machucadas, esquecidas, cientes da perda de sua adolescência e juventude.

Sentimento experimentado por milhares de mulheres em centenas de famílias. Por isso, quando lemos “O fio das missangas”, reconhecemos muitas colegas, amigas, parentes em quase todas as personagens que Mia Couto constrói com leveza e poesia.

Rita Margarete e Kleber Monteiro (Avante Educação e Mobilização Social)

terça-feira, 26 de julho de 2011

A Infância na Poesia de Manuel Bandeira

Em toda trajetória poética de Manuel Bandeira a imagem da infância é uma constante, pois constitui, como diz o poeta, “um conteúdo inesgotável de emoção”.
A Cinza das Horas, primeiro livro de Bandeira, traz uma forte carga de dor, de desencanto perante a vida, incompreensível e arbitrária para o poeta. A imagem da infância aparece muito pouco nesse momento inicial de sua poesia, como a felicidade que passou e não volta mais. É a dor em face da perspectiva da morte, cujo marco é o ano de 1904, quando o poeta descobre a sua doença (tuberculose). A sua vida sofre, então, uma mudança significativa, conforme diz o próprio Bandeira em Itinerário de Pasárgada: “(...) No fim do ano letivo adoeci e tive de abandonar os estudos, sem saber que era para sempre. Sem saber que os versos, que eu fizera em menino por divertimento, principiaria então a fazê-los por necessidade, por fatalidade”.
Se esse primeiro momento expressa uma angústia em seus escritos literários, a sua longa jornada na vida, pois Manuel Bandeira vive até os 82 anos, vai criando novas nuanças em sua poesia. Aquela nostalgia nas imagens da infância dissolve-se completamente na Lira dos Cinquenta Anos. Essa sensação fica mais clara com a leitura do poema Canção do Vento e da Minha Vida, pois ainda que a vida seja marcada pela perda – “O vento varria tudo!”, nada se perde completamente, acumulando-se em experiência, em sabedoria forjada no tempo, na vivência – “E a minha vida ficava / Cada vez mais cheia / De tudo”.

Parece-me que essa postura perante a vida condensa no poema Velha Chácara, tanto quanto em Evocação do Recife, a mais bela e intensa construção poética tecida com os fios de memória da infância de Manuel Bandeira:

Velha Chácara

“A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que me esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.
Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinquenta anos)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...
– Mas o menino ainda existe.”

Kleber Monteiro – Avante Educação e Mobilização Social

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia Nacional do Escritor

A Rede EMredando Leituras parabeniza todos os escritores neste Dia Nacional do Escritor (25/07). A data foi criada no dia 25 de julho de 1960, após a realização do primeiro Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela União Brasileira de Escritores – tendo João Peregrino Júnior na presidência, e o escritor baiano Jorge Amado, como vice-presidente. É, sem dúvida, uma justa homenagem a todos aqueles que possuem a capacidade de transcrever em palavras os relatos, histórias, fantasias, sentimentos, vivências...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O fio das missangas

O fio das missangas, de Mia Couto, lançado em 2009, traz 29 contos narrando singelos pedaços de vida, em sua grande maioria de mulheres, carregados de significados implícitos. As narrativas focam as relações entre as mulheres e os homens (companheiros, pais, irmãos etc.) e suas implicações na auto-estima feminina. O fio das missangas traz, em prosa, histórias sobre sonhos nunca alcançados, desamor, desencontros, incompreensões, frustrações. A realidade humana vivida, em diferentes intensidades, especialmente pelas mulheres. 
Mesmo tratando de sentimentos complexos, numa narrativa “recheada de silêncios”, que muito comunicam, Mia Couto escreve com leveza e quase poesia, equilibrando o peso dos sentimentos complexos e a leveza da escrita fluente e bela. Sugiro a leitura de um conto a cada dia. Assim o (a) leitor (a) poderá refletir sobre cada história e, quem sabe, se encontrar em muitos desses contos. 

Rita Margarete – Avante Educação e Mobilização Social

terça-feira, 19 de julho de 2011

A EMredando participou da Audiência Pública sobre a Cultura na Lei Orgânica Municipal


Aconteceu no dia 15 de julho, no auditório do Anexo Emmerson José, Audiência Pública para debater a cultura na Lei Orgânica de Salvador. A Rede EMredando Leituras participou da Audiência Pública, dando a sua contribuição para o debate. A vereadora Olívia Santana, ouvidora-geral da Casa Legislativa de Salvador, coordenou a mesa que teve representação da Fundação Gregório de Matos (FGM), da Comissão de Cultura da Câmara, do Conselho Municipal do Carnaval (CMC), Conselho
Regional de Biblioteconomia (CRB-BA/SE), dentre outros.


 Rita Margarete (coordenadora da Rede) ressaltou a importância de encontros periódicos, dando continuidade ao debate, como estratégia para  contribuir com a reformulação da Lei Orgânica de Salvador – capítulo da Cultura. E, dessa forma, juntamente com artistas, produtores culturais, organizações preocupadas com os rumos das políticas culturais para Salvador, incidir nas políticas públicas culturais para a cidade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Lindo Príncipe

Você sabe realmente o valor da amizade? Alguma vez sentiu na vida o inebriante aroma de cativar alguém e tê-lo no seu coração para sempre? Se você já sentiu isso, pronto, mesmo sem ter consciência, você é um amante da clássica obra O Pequeno Príncipe de Saint- Exupéry! Este livro realmente é uma lição de amor para a alma e o corpo. Cada linha dele representa uma simbologia a qual devemos decifrar e absorver para que tenhamos mais felicidade no nosso viver e para que não nos percamos em coisas pequenas e insignificantes do mundo adulto. Afinal, nunca devemos esquecer a essência de criança que deve nos habitar em qualquer fase da nossa vida.
Enquanto lia O Pequeno Príncipe, sentia-me bastante vulnerável, pois uma mistura de emoções rememorava a minha infância, os meus amores, a minha família, os meus amigos. Revisitei mais uma vez essa obra e, de novo, percebi que ainda preciso investir mais na minha felicidade e correr léguas das coisas que me deixam infeliz, desanimada, esgotada. A percepção de efemeridade de todas as coisas é muito forte no processo de leitura do livro e isso nos faz querer pincelar nossa vida, a fim de torná-la mais significativa, mais, digamos assim, VIVA! Como foi bom pra mim, nesse meu presente momento, reler Saint-Exupéry.
Por fim, gostaria de indicar a leitura de O Pequeno Príncipe como um livro fomentador do amor, uma vez que ele nos mostra, de forma tão simples e profunda, a importância das coisas aparentemente “desimportantes” (fica bonito criar palavras, não é?). De vez em quando, as pessoas ficam distantes umas das outras e acabam perdendo a beleza interior que cada uma delas, na sua singularidade, tem. Todos somos amanheceres, todos somos estrelas, todos somos luminosidades e somos anoiteceres. E que bom que somos tantas coisas! Não se esqueçam disso!

Andréa Oliveira (Amante da Literatura)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Leitura de “O Príncipe Medroso e Outros Contos Africanos”

A Biblioteca Comunitária Sete de Abril realizará mais uma oficina de leitura no dia 09/07/2011, ao lado da Escola Municipal Afrânio Peixoto. O livro escolhido para essa oficina é “O Príncipe Medroso e Outros Contos Africanos” de Anna Soler-Pont.

Vale destacar mais uma das ações realizadas pela Biblioteca para o incentivo à leitura na comunidade. O Clubinho da Leitura, realizado nos dias 01 e 02 de julho, promoveu o contato de crianças com os livros, tendo como ênfase  O Amigo do Rei” de Ruth Rocha e “Oficinas de Boneca da vovó Isabel” de Elita Ferreira.


Oficina de Literatura Afro-Brasileira


No dia sete de julho, acontecerá a oficina de literatura afro-brasileira com os adolescentes leitores da sala de leitura Clementina de Jesus e integrantes da Rede Protagonistas em Ação de Itapagipe (REPROTAI). A oficina será realizada no espaço Cultural Alagados, de 9h às 11h.
 
“Uma historinha africana” (Jaime Sodré), “Os africanos e a dança” e “África no Brasil” (Marlu Chaves), e “Bichos da África: lendas e fábulas” (Rogério Andrade Barbosa), são as obras selecionadas, por interesse público, para a oficina, cuja mediadora será Solange Souza, a coordenadora pedagógica da Escola Luiza Mahim.