As crônicas que o livro reúne abordam vários temas e despertam muitas reflexões. Elas foram selecionadas pelo próprio autor e pela editora, considerando as manifestações dos leitores ao longo dos anos sobre todas as crônicas produzidas por Rubem Alves.
Dentre as 30 crônicas que constam no livro, a que mais gostei chama-se O Nome. Nela, Rubem relembra e reflete sobre uma conversa que teve com seu amigo, Amilcar Herrera. Nessa conversa, Hamilca contou sobre um sonho que teve. No sonho, ele esquecia seu nome. Ele não sabia quem ele era. Não tinha memória do seu nome. Mas Amilcar contou para Rubem que o pior de tudo é que ele esquecia seu nome, mas os outros continuavam a saber quem ele era. Foi aí que Amilcar percebeu que o nome é uma gaiola onde o que somos mora. Segundo ele, bom seria se outros também esquecessem seu nome. Aí eles teriam perdido a memória da gaiola que prende seu ser. E seu ser se transformaria em pássaro e voaria livre por espaços por onde nunca havia voado.
O melhor da crônica é que Rubem nos faz refletir sobre os limites que as vezes impomos a nós mesmos. Ele finaliza dizendo que acha que o que Amilcar estava tentando dizer ao contar-lhe o sonho era que:
"Se eu esquecer o meu nome e se os outros não exigirem que eu continue a ser quem sempre fui, então alguma coisa nova poderá nascer da velha: uma fonte no deserto. Afinal, de contas, esta é a suprema promessa do evangelho: que os velhos nascerão de novo e virarão crianças." (pag. 91)
Quer conhecer a vida e obra de Rubem Alves, consulte os sites abaixo!
muito bom
ResponderExcluircoletânea de contos??
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